Postura: Quebrar Mitos e Paradigmas

RESUMO

·       Não há boas ou más posturas;

·       Não há correlação entre postura e dor;

·       A dor é multifatorial;

·       O problema não é a postura em si, mas se estamos preparados para ela ou não;

·       Não há maneiras corretas ou más de nos movermos, apenas mais ou menos eficientes;

·       As respostas estão na pessoa;

·       Se tiveres um trabalho que te obriga a ficar demasiado tempo na mesma posição, tenta de x em x tempo, alterar a posição, levanta-te, roda a coluna para direita e para a esquerda, espreguiça-te, mexe-te;

·       Não penses que é preto ou branco, mas sim em diferentes tons de cinzento.

PALAVRAS-CHAVE

Posture, Posture and Pain Correlation, Back Pain, Text Neck, Butt Wink, Lumbar Spine Flexion, Lifting Posture, Complexity of Pain.


DEFINIÇÃO DE POSTURA

A palavra "postura" provém do latim "ponere", que significa "colocar" ou "posicionar". A postura humana refere-se à disposição estática dos membros e partes corporais, numa determinada posição que poderá ser a de sentado, em pé ou deitado. A postura estática implica um equilíbrio das forças entre forças internas e externas. A transição entre posturas requer movimento. Assim, postura é a posição a partir do qual se inicia movimento. [1][2]


EXISTEM MÁS POSTURAS ESTÁTICAS?

Não! Não existem más posturas estáticas! Não existe qualquer evidência científica sobre o que é uma boa ou má postura. O que existe, são posturas esteticamente mais apelativas e talvez daí tenha surgido o termo "boa postura". Pois pessoas com uma postura mais ereta e "direitinha" aparentam ser mais saudáveis e mais confiantes. Esta ideia também foi sendo reforçada nos filmes de animação infantis, onde os príncipes são sempre pessoas bonitas, altas e com "boa postura" (pensem nos príncipes da Disney vs Corcunda Notre-Dame).

A fisioterapia também não é capaz de identificar o que é uma boa postura, senão vejamos:

Neste estudo, foram reunidos 295 fisioterapeutas de 4 países da europa para avaliarem o que era uma postura correta sentado. Tinham 9 opções disponíveis e tinham de selecionar uma delas. 85% dos fisioterapeutas selecionaram uma de duas posturas como a melhor, sendo uma delas ligeiramente considerada melhor (postura 9: 54,9% vs postura 5: 30,5%). O mais interessante, é que as duas eram bastante diferentes. Também foi verificado que a escolha de qual era a melhor postura sentado variava entre países, demonstrando que o fator cultural tem um papel importante na escolha da “melhor” postura. Também como fun fact: dos 295 fisioterapeutas, apenas 1 afirmou que todas as posturas eram válidas. [3]


HÁ ASSOCIAÇÃO ENTRE POSTURA E DOR?

Também não. Pessoas podem ter uma postura "incrível" aos olhos da sociedade ou uma postura "desleixada", sem diferença entre os níveis de dor entre os dois.

O mito que uma má postura irá causar problemas para o indivíduo não é novo, já vem do século XIX, onde a postura era a causa de todas as maleitas. [4]

Mas vamos então avaliar de zona corporal em zona corporal. Comecemos de cima para baixo, iniciando pela posição do pescoço.

Atualmente têm-se atribuído à postura de flexão cervical de “text neck”, pois essa posição é que adotamos quando estamos a mexer no smartphone (engraçado que sempre adotamos esta postura no passado).

Talvez aqui o termo correto fosse “Newspapper Neck”.

É frequentemente vermos imagens destas nas redes sociais, onde se associa o “Text Neck” a dor na zona cervical.

É verdade que ao realizarmos uma flexão cervical, o centro de massa da nossa cabeça migra anteriormente, aumentando a resistência oferecida pela carga da nossa cabeça para as estruturas posteriores, MAS ISSO NÃO É INERENTEMENTE MAU! Tal como não é mau quando estamos a fazer um RDL e a resistência vai aumentando há medida que realizamos a ação articular excêntrica. Os nossos tecidos adaptam-se às demandas impostas sobre eles (o velho princípio da sobrecarga progressiva). O problema NÃO ESTARÁ NA POSIÇÃO, mas sim em ficar lá por um período para o qual não tens tolerância! O problema reside aqui, na tolerância que tens e não na posição. Dizer que a posição é o problema e não o facto de não estar habituado aquela demanda física, é o mesmo que dizer que se eu chegar ao ginásio, o meu supino para 1RM for 120kg e puser 200kg, o problema foi o supino. Não, o problema foi que eu coloquei uma carga para qual ainda não estava preparado.

Na minha opinião, este é um não assunto, uma vez que não falta evidência a demonstrar que o Text Neck é um “problema” que inventamos, para vender uma solução para algo que não precisa de solução. [5][6][7]

Mas e se a pessoa relaxada possuir a cabeça anteriorizada? Há problema?. Este estudo sugere que não! Há pessoas com “boa postura” e “má postura” assintomáticas (sem dor). [8][9][10]

E quem anda com as costas “dobradas”, será que tem dores?

Mais uma vez, a postura é algo EXTREMAMENTE VARIÁVEL de pessoa para pessoa. A sua genética e as suas ocupações diárias (o ambiente) terão um impacto na sua postura mas isso não quer dizer que a postura de Corcunda de Notre-Dame está associada a dor. [11][12][13][14]

A observar as imagens de cima, em qual apostavas que causaria maior dor? Se consideraste a mais desleixada, estás errado. Os autores sugerem que a postura “desleixada” poderá ser um mecanismo de proteção contra a dor. [15]


POSTURA DE COLUNA E DOR

Também não encontrei relação entre “Spinal Posture” e dor. [16][17][18]

E quanto a estar muito tempo sentado? Não é mau para a coluna?

Também parece não ser o caso. Mais uma vez, provavelmente o problema reside em a pessoa estar habituada ou não. Talvez nos primeiros tempos daquele trabalho, principalmente se estava desempregada ou se nunca teve um emprego que a obrigasse a passar muito tempo sentado, ela possa sentir algum desconforto inicial, mas isso acontece com qualquer tarefa nova que realizemos (quem não se lembra das dores pós treino no início?). [19]

Certo, mas e as tarefas laborais que obrigam a repetitivas flexões e rotações da coluna? São ou não prejudiciais para a coluna?

Mais uma vez a evidencia não sugere que seja prejudicial. O corpo adapta-se às demandas impostas. [20]

Está na altura de reavaliarmos as nossas crenças de lado e olharmos em frente, começarmos a ver a postura com outros olhos e não cometermos o erro dos nossos avós de dizer aos nossos filhos e netos “senta-te direito”, “endireita essas costas”. [21]


O EXERCÍCIO FÍSICO É CAPAZ DE CORRIGIR A POSTURA?

Conseguimos concluir que a postura não está correlacionada com dor, mas isso quer dizer que não podemos treinar para ter uma postura esteticamente mais apelativa, como fazemos quando temos o objetivo de aumentar a massa muscular? Podemos, mas provavelmente não resultará.

O Exercício Físico não parece ser capaz de alterar a postura estática. Os estudos que demonstram eficácia, são de pobre qualidade e publicados em revista de baixo impacto. Depois temos estudos com título enganadores, como o “Effect Of An Exercise Program For Posture Correction On Musculoskeletal Pain”[22], onde falam de postura no título, mas depois em momento algum no estudo avaliaram a postura. [23][24][25][26]

Muitos de vocês perguntam: “Mas o meu aluno começou a treinar e está com uma "melhor postura".". Primeiro precisamos de saber se foi de facto o exercício físico que melhorou a postura do teu aluno/paciente? Ou se foram outras coisas? Será que a qualidade do sono dele melhorou? Será que ele está numa fase da vida dele mais positiva? Será que ele se passou a hidratar e alimentar melhor? Será que ele conseguiu estabelecer melhores relações sociais? Tudo isto e muito mais deve ser tido em conta. Por exemplo: pessoas com depressão, apresentam “piores” posturas. A literatura demonstra que o exercício físico não corrige a postura de forma isolada, mas depois verificamos uma "melhoria" na postura da pessoa, será que foi apenas o exercício físico ou foi o exercício físico e muitas outras coisas em conjunto? Se o exercício físico levar a pessoa a adotar melhores hábitos de vida, perfeito. Não devemos é vender o exercício físico como solução para algo que ele não soluciona. [27]


O CORPO HUMANO ADAPTA-SE ÀS DEMANDAS IMPOSTAS

“Bruno, então porque é que a dona Antonieta, quando dobra a coluna tem dor na lombar?” A dor é algo EXTREMAMEMENTE COMPLEXO e não é influenciada apenas por um ou dois fatores, mas diversos. [28][29][30]

O medo, as crenças, situações do passado, o stress, falta de sono, pobre hidratação, inatividade física, depressão, ansiedade, entre outros afetam os níveis de dor. [31]

Como já referi, o nosso corpo é incrível a adaptar-se às demandas impostas durante o dia-a-dia e durante o treino, tornando o corpo mais tolerante, forte e resiliente. [32]


E A POSTURA/TÉCNICA A LEVANTAR CARGA, IMPORTA?

A pergunta isolada em si não nos diz muito. Devemos perguntar: “importa para o quê?”

Porquê? Porque não é a postura com que fazes o exercício o problema, mas sim se os teus tecidos têm tolerância e capacidade, para contrariar aquela resistência, naquelas posições articulares, com as musculaturas e tecidos não contráteis naquele comprimento específico, durante aquele tempo específico. Se progrediste para tal, top. Caso não o tenhas feito, provavelmente não correrá muito bem (MAS O PROBLEMA NÃO FOI A POSTURA).

A evidência não suporta a crença de que é perigoso levantar cargas com a coluna em flexão no dia-a-dia ou durante o treino de força. [33]

Apesar da recomendação para levantar cargas com a coluna “neutra” ainda ser bastante comum esta recomendação não tem suporte científico. [34][35]

Até parece que é mais eficiência, em exercícios como o Deadlift, por exemplo, realizar alguma flexão da coluna, para vencer cargas superiores. [36][37]


BUTT WINK / FLEXÃO REVERSA DA COLUNA NO SQUAT É PERIGOSO?

Antes de mais, o que é o Butt Wink? Não passa de uma flexão reversa da coluna que acontece no final da excêntrica do Agachamento.

Quem nunca ouviu no ginásio, um profissional ou atleta recreativo a dizer “estás a dobrar muito a coluna no fim do squat, isso faz-te mal às costas!!!!”. Será que esta declaração tem alguma validade científica? Aparentemente não. [33][38]

Aliás, pessoas com menos flexão da coluna reversa, até parecem ter níveis de dor mais elevados. Porquê? Não sabemos, mas podemos especular que, pessoas que limitam a sua amplitude de movimento, e não exploram todo o espectro de posições articulares e comprimentos musculares disponíveis, não se tornam mais fortes nessas posições, não se tornam mais tolerantes nessas posições, logo, quando necessitarem de alcançar essas posições, as estruturas serão mais frágeis, e o risco de lesão e consequentemente dor pode ser maior. Relembro que isto é apenas uma especulação da minha parte. Mais uma vez, temos de estimular estas posições de forma apropriada e progressiva, para que se tornem mais fortes, tolerantes e resilientes. Evitar as mesmas, terá mais malefícios do que benefícios. Com isto, fica importante realçar que, não quer dizer que para determinadas pessoas, em determinados momentos não possamos evitar este movimento / posição, mas devemos explorar a mesma assim que possível, apropriadamente.


PORQUE RAZÃO NAS FORMAÇÕES INICIAIS DE TRABALHO AFIRMAM QUE DEVEMOS PEGAR NOS OBJETOS COM AS PERNAS E COM AS COSTAS NEUTRAS/DIREITAS?

Esta prática surgiu no ano 1974 no Reino Unido através da lei Health and Safety at Work etc. Act 1974. [39] O objetivo desta lei seria proteger os trabalhadores de desenvolverem lesões e dor na zona lombar. Para tal, todos os empregadores tinham de prestar formação de como é que os seus empregados deveriam levantar cargas do chão e de como se sentarem, de forma a diminuir os custos de baixa médica, manter os empregados o mais disponíveis possível de forma a aumentar a produtividade e gerar melhores lucros para as empresas.

Será que esta prática tem surtido efeito? Infelizmente não. [40],[41],[42],[43]

Aliás, o número de pessoas com dor lombar apenas tem aumentado de ano para ano. [44]

As lesões e a dor são multifactoriais, como tal, será necessário intervenções multifactoriais, para diminuir a incidência as mesmas em contexto laboral.


JOELHO

Outro tema sensível, é sobre o joelho vir para dentro no agachamento, o conhecido, joelho valgo dinâmico. Será que há problema?

Não, não há. Tal pode acontecer, pois a pessoa não tem muito reportório motor, logo realiza o movimento da melhor maneira que sabe (e a melhor maneira para ela, naquele momento poderá ser deixar os joelhos vir pra dentro) ou caso esteja a vencer resistências perto do seu máximo, isto pode acontecer, para dar comprimento muscular a algumas musculaturas como o glúteo máximo, que lhes conferirá uma maior capacidade de produção de força muscular. Com isto, não digo que devemos ignorar totalmente o joelho vir para dentro, a minha atenção é que não vejam as coisas como preto ou branco, mas sim com diferentes tons de cinzento. Mais uma vez, tudo depende: da pessoa (capacidade atual e capacidade atual), do objetivo (da pessoa e do exercício), contexto, ambiente e da gestão das cargas de treino. O joelho vir demasiado para dentro pode atrapalhar em algumas circunstâncias, mas vir um pouco é normal e pode ser positivo, depende. [45][46]

Bónus: Colocar uma mini band à volta dos joelhos, não só, não vai ajudar com o joelho valgo, como até pode acentuar o mesmo. [47]

De realçar que nas conclusões, os autores supõem que isso é perigoso para o joelho, mas como já vimos nos artigos anteriores, não é.

Mas então existem formas mais eficientes de levantar peso? Resposta: Verdade.

O mais eficiente também dependerá do objetivo. Pode ser mais eficiente para vencer o máximo de resistência possível ou mais eficiente para estimular determinados tecidos musculares. Aí a postura/técnica importa.


BÓNUS

Sabem quando se diz que andamos a carregar demasiado as crianças e adolescentes com livros e que isso lhes causa dores nas costas? Pois bem, é mais um mito. Uma revisão sistemática que incluiu 69 estudos e 72627 indivíduos [48], demonstra que esse não é o caso, o que demonstra a capacidade que o nosso corpo tem de se adaptar às demandas impostas. Não devemos achar que as nossas crianças e adolescentes são fracas e frágeis, devemos sim, promover a prática de atividade física e exercício físico, pois isso promoverá uma melhoria significativa na sua saúde.[49]


BIBLIOGRAFIA

[1] Iqbal K. Mechanisms and models of postural stability and control. Annu Int Conf IEEE Eng Med Biol Soc. 2011;2011:7837-40. doi: 10.1109/IEMBS.2011.6091931. PMID: 22256156.

[2] Asseiceira, Pedro. (2018). A melhor "postura" a adoptar.

[3] O'Sullivan K, O'Sullivan P, O'Sullivan L, Dankaerts W. What do physiotherapists consider to be the best sitting spinal posture? Man Ther. 2012 Oct;17(5):432-7. doi: 10.1016/j.math.2012.04.007. Epub 2012 May 17. PMID: 22608170.

[4] Yosifon D, Stearns PN. The rise and fall of American posture. Am Hist Rev. 1998;103(4):1057-95. PMID: 11623977.

[5] Damasceno GM, Ferreira AS, Nogueira LAC, Reis FJJ, Andrade ICS, Meziat-Filho N. Text neck and neck pain in 18-21-year-old young adults. Eur Spine J. 2018 Jun;27(6):1249-1254. doi: 10.1007/s00586-017-5444-5. Epub 2018 Jan 6. PMID: 29306972.

[6] Correia IMT, Ferreira AS, Fernandez J, Reis FJJ, Nogueira LAC, Meziat-Filho N. Association Between Text Neck and Neck Pain in Adults. Spine (Phila Pa 1976). 2021 May 1;46(9):571-578. doi: 10.1097/BRS.0000000000003854. PMID: 33290371.

[7] Richards KV, Beales DJ, Smith AJ, O'Sullivan PB, Straker LM. Neck Posture Clusters and Their Association With Biopsychosocial Factors and Neck Pain in Australian Adolescents. Phys Ther. 2016 Oct;96(10):1576-1587. doi: 10.2522/ptj.20150660. Epub 2016 May 12. PMID: 27174256.

[8] Grob D, Frauenfelder H, Mannion AF. The association between cervical spine curvature and neck pain. Eur Spine J. 2007 May;16(5):669-78. doi: 10.1007/s00586-006-0254-1. Epub 2006 Nov 18. PMID: 17115202; PMCID: PMC2213543.

[9] Richards KV, Beales DJ, Smith AL, O'Sullivan PB, Straker LM. Is Neck Posture Subgroup in Late Adolescence a Risk Factor for Persistent Neck Pain in Young Adults? A Prospective Study. Phys Ther. 2021 Mar 3;101(3):pzab007. doi: 10.1093/ptj/pzab007. PMID: 33444448.

[10] Masharawi Y, Mansour AM, Peled N, Weisman A. A comparative shape analysis of the cervical spine between individuals with cervicogenic headaches and asymptomatic controls. Sci Rep. 2021 Sep 30;11(1):19413. doi: 10.1038/s41598-021-98981-y. PMID: 34593954; PMCID: PMC8484601.

[11] Ettinger B, Black DM, Palermo L, Nevitt MC, Melnikoff S, Cummings SR. Kyphosis in older women and its relation to back pain, disability and osteopenia: the study of osteoporotic fractures. Osteoporos Int. 1994 Jan;4(1):55-60. doi: 10.1007/BF02352262. PMID: 8148573.

[12] Barrett E, O'Keeffe M, O'Sullivan K, Lewis J, McCreesh K. Is thoracic spine posture associated with shoulder pain, range of motion and function? A systematic review. Man Ther. 2016 Dec;26:38-46. doi: 10.1016/j.math.2016.07.008. Epub 2016 Jul 21. PMID: 27475532.

[13] Lewis JS, Green A, Wright C. Subacromial impingement syndrome: the role of posture and muscle imbalance. J Shoulder Elbow Surg. 2005 Jul-Aug;14(4):385-92. doi: 10.1016/j.jse.2004.08.007. PMID: 16015238.

[14] Greenfield B, Catlin PA, Coats PW, Green E, McDonald JJ, North C. Posture in patients with shoulder overuse injuries and healthy individuals. J Orthop Sports Phys Ther. 1995 May;21(5):287-95. doi: 10.2519/jospt.1995.21.5.287. PMID: 7787853.

[15] Richards KV, Beales DJ, Smith AL, O'Sullivan PB, Straker LM. Is Neck Posture Subgroup in Late Adolescence a Risk Factor for Persistent Neck Pain in Young Adults? A Prospective Study. Phys Ther. 2021 Mar 3;101(3):pzab007. doi: 10.1093/ptj/pzab007. PMID: 33444448.

[16] Christensen ST, Hartvigsen J. Spinal curves and health: a systematic critical review of the epidemiological literature dealing with associations between sagittal spinal curves and health. J Manipulative Physiol Ther. 2008 Nov-Dec;31(9):690-714. doi: 10.1016/j.jmpt.2008.10.004. PMID: 19028253.

[17] Mitchell T, O'Sullivan PB, Burnett AF, Straker L, Smith A. Regional differences in lumbar spinal posture and the influence of low back pain. BMC Musculoskelet Disord. 2008 Nov 18;9:152. doi: 10.1186/1471-2474-9-152. PMID: 19014712; PMCID: PMC2605454.

[18] Ashraf A, Farahangiz S, Pakniat Jahromi B, Setayeshpour N, Naseri M, Nasseri A. Correlation between Radiologic Sign of Lumbar Lordosis and Functional Status in Patients with Chronic Mechanical Low Back Pain. Asian Spine J. 2014 Oct;8(5):565-70. doi: 10.4184/asj.2014.8.5.565. Epub 2014 Oct 18. PMID: 25346808; PMCID: PMC4206805.

[19] Roffey DM, Wai EK, Bishop P, Kwon BK, Dagenais S. Causal assessment of occupational sitting and low back pain: results of a systematic review. Spine J. 2010 Mar;10(3):252-61. doi: 10.1016/j.spinee.2009.12.005. Epub 2010 Jan 25. PMID: 20097618.

[20] Wai EK, Roffey DM, Bishop P, Kwon BK, Dagenais S. Causal assessment of occupational bending or twisting and low back pain: results of a systematic review. Spine J. 2010 Jan;10(1):76-88. doi: 10.1016/j.spinee.2009.06.005. Epub 2009 Jul 23. PMID: 19631589.

[21] Slater D, Korakakis V, O'Sullivan P, Nolan D, O'Sullivan K. "Sit Up Straight": Time to Re-evaluate. J Orthop Sports Phys Ther. 2019 Aug;49(8):562-564. doi: 10.2519/jospt.2019.0610. PMID: 31366294.

[22] Kim D, Cho M, Park Y, Yang Y. Effect of an exercise program for posture correction on musculoskeletal pain. J Phys Ther Sci. 2015 Jun;27(6):1791-4. doi: 10.1589/jpts.27.1791. Epub 2015 Jun 30. PMID: 26180322; PMCID: PMC4499985.

[23] Hrysomallis C, Goodman C. A review of resistance exercise and posture realignment. J Strength Cond Res. 2001 Aug;15(3):385-90. PMID: 11710670.

[24] Wang CH, McClure P, Pratt NE, Nobilini R. Stretching and strengthening exercises: their effect on three-dimensional scapular kinematics. Arch Phys Med Rehabil. 1999 Aug;80(8):923-9. doi: 10.1016/s0003-9993(99)90084-9. PMID: 10453769.

[25] Bayattork M, Sköld MB, Sundstrup E, Andersen LL. Exercise interventions to improve postural malalignments in head, neck, and trunk among adolescents, adults, and older people: systematic review of randomized controlled trials. J Exerc Rehabil. 2020 Feb 26;16(1):36-48. doi: 10.12965/jer.2040034.017. PMID: 32161733; PMCID: PMC7056483.

[26] Romano M, Minozzi S, Zaina F, Saltikov JB, Chockalingam N, Kotwicki T, Hennes AM, Negrini S. Exercises for adolescent idiopathic scoliosis: a Cochrane systematic review. Spine (Phila Pa 1976). 2013 Jun 15;38(14):E883-93. doi: 10.1097/BRS.0b013e31829459f8. PMID: 23558442.

[27] Canales JZ, Cordás TA, Fiquer JT, Cavalcante AF, Moreno RA. Posture and body image in individuals with major depressive disorder: a controlled study. Braz J Psychiatry. 2010 Dec;32(4):375-80. doi: 10.1590/s1516-44462010000400010. PMID: 21308258.

[28] O'Sullivan P, Caneiro JP, O'Keeffe M, O'Sullivan K. Unraveling the Complexity of Low Back Pain. J Orthop Sports Phys Ther. 2016 Nov;46(11):932-937. doi: 10.2519/jospt.2016.0609. PMID: 27802794.

[29] Hartvigsen J, Hancock MJ, Kongsted A, Louw Q, Ferreira ML, Genevay S, Hoy D, Karppinen J, Pransky G, Sieper J, Smeets RJ, Underwood M; Lancet Low Back Pain Series Working Group. What low back pain is and why we need to pay attention. Lancet. 2018 Jun 9;391(10137):2356-2367. doi: 10.1016/S0140-6736(18)30480-X. Epub 2018 Mar 21. PMID: 29573870.

[30] Caneiro JP, Smith A, Bunzli S, Linton S, Moseley GL, O'Sullivan P. From Fear to Safety: A Roadmap to Recovery From Musculoskeletal Pain. Phys Ther. 2022 Feb 1;102(2):pzab271. doi: 10.1093/ptj/pzab271. PMID: 34971393.

[31] Cholewicki J, Breen A, Popovich JM Jr, Reeves NP, Sahrmann SA, van Dillen LR, Vleeming A, Hodges PW. Can Biomechanics Research Lead to More Effective Treatment of Low Back Pain? A Point-Counterpoint Debate. J Orthop Sports Phys Ther. 2019 Jun;49(6):425-436. doi: 10.2519/jospt.2019.8825. Epub 2019 May 15. PMID: 31092123; PMCID: PMC7394249.

[32] Hales, Michael PhD. Improving the Deadlift: Understanding Biomechanical Constraints and Physiological Adaptations to Resistance Exercise. Strength and Conditioning Journal: August 2010 - Volume 32 - Issue 4 - p 44-51 doi: 10.1519/SSC.0b013e3181e5e300

[33] Saraceni N, Kent P, Ng L, Campbell A, Straker L, O'Sullivan P. To Flex or Not to Flex? Is There a Relationship Between Lumbar Spine Flexion During Lifting and Low Back Pain? A Systematic Review With Meta-analysis. J Orthop Sports Phys Ther. 2020 Mar;50(3):121-130. doi: 10.2519/jospt.2020.9218. Epub 2019 Nov 28. PMID: 31775556.

[34] Nolan D, O'Sullivan K, Stephenson J, O'Sullivan P, Lucock M. What do physiotherapists and manual handling advisors consider the safest lifting posture, and do back beliefs influence their choice? Musculoskelet Sci Pract. 2018 Feb;33:35-40. doi: 10.1016/j.msksp.2017.10.010. Epub 2017 Oct 18. PMID: 29078081.

[35] Howe, Louis & Lehman, Gregory. (2021). Getting out of neutral: the risks and rewards of lumbar spine flexion during lifting exercises. Strength and Conditioning.

[36] Mawston G, Holder L, O'Sullivan P, Boocock M. Flexed lumbar spine postures are associated with greater strength and efficiency than lordotic postures during a maximal lift in pain-free individuals. Gait Posture. 2021 May;86:245-250. doi: 10.1016/j.gaitpost.2021.02.029. Epub 2021 Mar 1. PMID: 33799053.

[37] P. Khoddam-Khorasani, N. Arjmand, A. Shirazi-Adl, Effect of changes in the lumbar posture in lifting on trunk muscle and spinal loads: A combined in vivo, musculoskeletal, and finite element model study, Journal of Biomechanics, Volume 104, 2020,109728, ISSN 0021-9290, https://doi.org/10.1016/j.jbiomech.2020.109728.

[38] Laird RA, Gilbert J, Kent P, Keating JL. Comparing lumbo-pelvic kinematics in people with and without back pain: a systematic review and meta-analysis. BMC Musculoskelet Disord. 2014 Jul 10;15:229. doi: 10.1186/1471-2474-15-229. PMID: 25012528; PMCID: PMC4096432.

[39] https://www.legislation.gov.uk/ukpga/1974/37/contents

[40] Clemes SA, Haslam CO, Haslam RA. What constitutes effective manual handling training? A systematic review. Occup Med (Lond). 2010 Mar;60(2):101-7. doi: 10.1093/occmed/kqp127. Epub 2009 Sep 4. PMID: 19734238.

[41] Verbeek JH, Martimo KP, Karppinen J, Kuijer PP, Viikari-Juntura E, Takala EP. Manual material handling advice and assistive devices for preventing and treating back pain in workers. Cochrane Database Syst Rev. 2011 Jun 15;(6):CD005958. doi: 10.1002/14651858.CD005958.pub3. PMID: 21678349.

[42] Verbeek JH, Martimo KP, Kuijer PP, Karppinen J, Viikari-Juntura E, Takala EP. Proper manual handling techniques to prevent low back pain, a Cochrane systematic review. Work. 2012;41 Suppl 1:2299-301. doi: 10.3233/WOR-2012-0455-2299. PMID: 22317058.

[43] Hogan DA, Greiner BA, O'Sullivan L. The effect of manual handling training on achieving training transfer, employee's behaviour change and subsequent reduction of work-related musculoskeletal disorders: a systematic review. Ergonomics. 2014;57(1):93-107. doi: 10.1080/00140139.2013.862307. Epub 2014 Jan 6. PMID: 24387742.

[44] Hoy D, Brooks P, Blyth F, Buchbinder R. The Epidemiology of low back pain. Best Pract Res Clin Rheumatol. 2010 Dec;24(6):769-81. doi: 10.1016/j.berh.2010.10.002. PMID: 21665125.

[45] Räisänen AM, Kulmala T, Parkkari J, Vasankari T, Kannus P, Krosshaug T, Kujala UM, Heinonen A, Vesanto J, Pasanen K. There Is No Relationship Between Lower Extremity Alignment During Unilateral and Bilateral Drop Jumps and the Risk of Knee or Ankle Injury: A Prospective Study. J Orthop Sports Phys Ther. 2020 May;50(5):267-274. doi: 10.2519/jospt.2020.9247. Epub 2020 Apr 9. PMID: 32272029.

[46] Nilstad A, Petushek E, Mok KM, Bahr R, Krosshaug T. Kiss goodbye to the 'kissing knees': no association between frontal plane inward knee motion and risk of future non-contact ACL injury in elite female athletes. Sports Biomech. 2023 Jan;22(1):65-79. doi: 10.1080/14763141.2021.1903541. Epub 2021 Apr 28. PMID: 33906580.

[47] Reece MB, Arnold GP, Nasir S, Wang WW, Abboud R. Barbell back squat: how do resistance bands affect muscle activation and knee kinematics? BMJ Open Sport Exerc Med. 2020 Feb 4;6(1):e000610. doi: 10.1136/bmjsem-2019-000610. PMID: 32095265; PMCID: PMC7010994.

[48] Yamato TP, Maher CG, Traeger AC, Wiliams CM, Kamper SJ. Do schoolbags cause back pain in children and adolescents? A systematic review. Br J Sports Med. 2018 Oct;52(19):1241-1245. doi: 10.1136/bjsports-2017-098927. Epub 2018 May 2. PMID: 29720469.

[49] Wu XY, Han LH, Zhang JH, Luo S, Hu JW, Sun K. The influence of physical activity, sedentary behavior on health-related quality of life among the general population of children and adolescents: A systematic review. PLoS One. 2017 Nov 9;12(11):e0187668. doi: 10.1371/journal.pone.0187668. PMID: 29121640; PMCID: PMC5679623.

 

Bruno Alex

-Licenciado em Ciências do Desporto - UTAD;

-Mestre em Ciências do Desporto - UTAD;

-Strength & conditioning Specialist for Fitness;

-Especialista em Mecânica do Exercício - Resistance Training Specialist;

-Personal trainer desde 2017;

-Fundador e formador da Exercise Matrix University.

Anterior
Anterior

Transferência do Treino para a Performance

Próximo
Próximo

O Treino de Força no Microciclo Competitivo no Futebol